quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ice Climber

Montanhas da Traição

Jogo da primeira baciada do Famicom, e da série Black Box do NES.
Singelo joguinho onde o objetivo do jogo parece ser escalar uma montanha sovando foquinhas japonesas indefesas (ou o famoso Sacolão, personagem inserida no lugar da foca na versão americana, provavelmente devido aos ecologistas).

A engine do jogo é a mesma do Mario Bros., com sua conhecida e odiosa jogabilidade, na qual Mario parece usar dois patins com lâmina de sabonete molhado ao invés de botinas viris de encanador.

Quando seu boneco conseguir marretear seu caminho até as neves eternas da montanha, você se lembrará da referência que faço aqui aos sapatos sacaneados que os japoneses da Nintendo fizeram questão de calçar em Popo e Nana, nomes dos dois papais-noeizinhos munidos do instrumento da demolição que você controla. Quando digo japoneses da Nintendo, coloque na cabeça que ninguém menos que Shigueru Miyamoto tem dez dedos curtos e arredondados de japonês na produção deste jogaço.

iceclimber-1.png iceclimber-8.png

Os gráficos do jogo parecerão débeis aos olhos do ignorante, que imagina que o que faz um bom jogo são cenas cinematgráficas mais reais que a própria realidade, mas aos olhos do sábio, aos olhos do JOGADOR HONESTO, estes lhe parecerão também honestos, simples e exatos.

Os sons deste jogo estão lá apenas para cumprir tabela, pois não precisavam existir. Não que sejam ruins, mas simplesmente não ajudam nem atrapalham, nem dão o tom ou ritmo do jogo. Na época em que este joguinho foi concebido, 1985, não havia ainda sido cristalizado este conceito de embalar o jogador com o som do jogo. Isto era coisa apenas instintiva na mente dos programadores, que colocavam sons fortes em explosões ou ruídos estimulantes e graciosos para uma vida extra. O primeiro jogo que me lembro em que a trilha sonora incentiva o jogador foi Super Mario Bros., jogo de segunda geração, com scrolling real.

iceclimber.jpg

Assim como na maioria dos jogos do tipo Arcade da primeira geração do Nintendinho, não vai ser com as duas ou três primeiras marteladas que o jogador descobrirá os verdadeiros prazeres deste jogo, e nem mesmo os verdadeiros desafios. Isso acontecerá com o tempo, quando você já tiver sido seduzido pelo desafio da MONTANHA DA TRAIÇÃO!
O título desta resenha se justifica por causa de uma escolha de design do jogo: quando seu boneco morre e ainda tem vidas no estoque, ele reaparece invencível, mas no mesmo local onde morreu. Mesmo invencível, caso você tenha morrido por causa de uma CILADA montada entre um pássaro maldito e uma esteira assassina, são 96% de chances de acontecer novamente, porque a invencibiildade não poupa o boneco de mortes pelos terríveis Buracos no Infinito. Eu mesmo já morri três vidas seguidas no esquema nasceu-morreu, nasceu-morreu, nasceu-morreu, tomando um GAME OVER na cara após cair em uma só cilada armada entre o Sacolão, uma esteira assassina e um Buraco no Infinito, o que me levou a rebatizar este jogo com o nome de MONTANHA DA TRAIÇÃO. O fato de se poder jogar com um amigo ou inimigo ao mesmo tempo, na mesma escalada fará você compreender muito mais profundamente o significado deste novo nome! Só tome cuidado para não perder a amizade!
Jogo extremamente recomendado!

Prós:
Jogo fácil de aprender a jogar.
Jogo exigente, requer perseverança do jogador.
Jogo difícil, não mostra seus prazeres para qualquer um.
A cada fase que passa o bônus aumenta.
O número de montanhas parece não ter fim, o desejo de jogar novamente sempre existirá.
Aqui você joga por pontos.
O prazer de acertar uma martelada na mente dos pássaros malditos.
Jogar com um amigo é diversão infinita.

Contras:

Bonecos derrapam demais.
Fronteiras de contato entre sprites não muito bem definidas, enganam o jogador constantemente.
Ursulão desgraçado consegue reduzir um nível da MONTANHA com apenas um pisão.
Você reaparece onde morreu, e pode morrer novamente na mesma CILADA antes de anotar a placa do caminhão.
Às vezes é impossível se safar de uma CILADA.
iceclimber_box.jpg
A caixa parece ser iinofensiva, embora mostre de cara o
martelo de Nana prestes a entrar na mente do Ursulão.

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