quarta-feira, 5 de agosto de 2009

As versões de Contra

Alguns jogos marcaram tanto uma geração de gamers que simplesmente se transformaram em clássicos. Contra é um desses títulos. Lançado originalmente para os arcades em 1987, Contra chegou ao NES em 1988 numa versão surpreendente, pois era de longe muito superior ao original.
A caixa do game nos EUA
A caixa do game nos EUA
A caixa do game na Europa
A caixa do game na Europa
A caixa do game no Japão
A caixa do game no Japão

A história é simples: um meteoro cai na terra numa ilha da América do Sul, trazendo nele um alien, conhecido como Red Falcon (bem no estilão do filme Alien, o Oitavo Passageiro) e dois guerreiros são destacados para enfrentar a ameaça (Mad Dog e Scorpion) no melhor estilo Rambo e Schwarzenegger. O game é composto de 8 fases que podem ser vencidas de modo cooperativo (duas pessoas) ou sozinho. Uma curiosidade: a maneira como Contra é escrito na versão japonesa une 3 palavras em kanji (ideogramas) formando uma. A primeira lê-se “Kon” que significa “espírito”, a segunda pronuncia-se “To” e significa “batalha” e a terceira que pronuncia-se “Ra” e significa algum tipo de roupa ou pano especial. Quando pronunciadas juntas, estas palavras formam “Kontora” que é a pronúncia de Contra no Japão.

O que chama a atenção em Contra é o fato de que o game foi lançado em três versões diferentes, uma para a Europa (Probotector), uma para os EUA (Contra) e uma terceira no Japão (Gryzor). Em linhas gerais, era o mesmo jogo. Mas alguns detalhes diferenciam nitidamente cada versão.

Contra nos EUA; Gryzor no Japão; Probotector na Europa
Contra nos EUA; Gryzor no Japão; Probotector na Europa

O que diferencia basicamente a versão européia da americana e japonesa é que os personagens humanos são substituídos por robôs. Isso se deve porque na Europa a idéia de colocar humanos atirando em outros seres humanos não foi bem aceita. Foi necessário mudar os personagens centrais do game, bem como alguns inimigos, substituindo-os por personagens robôs.

Robôs atirando em aliens: só na Europa.
Robôs atirando em aliens: só na Europa.
O Contra como o conhecemos no Brasil.
O Contra como o conhecemos no Brasil.

A outra diferença entre Contra e Probotector fica para o final. Em Contra, após derrotar o Alien final, os heróis fugiam da ilha em um helicóptero. Em Probotector o helicóptero dá lugar a um jato. Convenhamos que o helicóptero é bem mais verossímil, pois os personagens estão em uma ilha deserta, sem pista de pouso ou decolagem. Mas enfim, em games tudo é possível.

Em Contra, os heróis fogem da ilha por um helicóptero.
Em Contra, os heróis fogem da ilha por um helicóptero.
Em Probotector, o helicóptero é substituído por um jato.
Em Probotector, o helicóptero é substituído por um jato.

No mais, Contra e Probotector são o mesmo game, porém, quando se compara Contra e/ou Probotector com a versão japonesa do game, Gryzor, descobrem-se mais diferenças. A versão japonesa do game é, digamos, mais bem elaborada. Os cenários têm mais vida, como por exemplo as palmeiras da primeira fase que na versão americana são estáticas e na japonesa tremulam ao sabor do vento. Além disso, a versão japonesa conta com uma pequena abertura excluída da versão americana e o final guarda ainda uma cena a mais que a versão americana. Fora isso, Gryzor possui animações entre as fases e um mapa que mostra onde você está antes de cada missão.

Diferente das versões americana e européia, Gryzor tinha uma pequena abertura que explicava toda a trama do game.
Diferente das versões americana e européia, Gryzor tinha uma pequena abertura que explicava toda a trama do game.
Em Gryzor, antes de cada missão, você podia localizar-se no mapa.
Em Gryzor, antes de cada missão, você podia localizar-se no mapa.
Pequenas animações entre as fases; Detalhe excluído de Contra e Probotector.
Pequenas animações entre as fases; Detalhe excluído de Contra e Probotector.
Em Gryzor, o final ganha uma cena a mais. Nosso herói em fuga entra no helicóptero.
Em Gryzor, o final ganha uma cena a mais. Nosso herói em fuga entra no helicóptero.

Mas por que isso ocorreu? Por que a versão americana é mais pobre? Bom, pelo que descobri a explicação é simples. O que ocorreu foi que muitos games lançados no Japão vinham com um chip interno que permitia um novo mapeamento do game. No caso do Gryzor possibilitava a inclusão de uma abertura e efeitos no cenário, como uma nevasca na fase Snow Field. Já a versão americana utilizava-se apenas do chip do console, o que sacrificava esses detalhes no game.

Mas, enfim, com ou sem esses detalhes, Contra é um game marcante para quem conheceu o Nes no fim dos anos 80 e inicio dos 90. É um clássico junto a games como Super Mario 3, Castlevania e Ninja Gaiden, e obrigatório para todo gamer que se preze.

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